Be Like Water

Observação através de um ponto de vista alto.
A verdade é que tudo depende do ponto de vista. Quando aumentamos o ponto de vista, com ele vem uma responsabilidade maior. Com maior responsabilidade… navegar é preciso. Estudamos o príncìpio com o coração para incutir os aprendizados no próprio corpo. Mantendo a postura, força nas pernas, olhar firme com atenção a todo o dinamismo, alcançamos o equilíbrio. Criamos uma atmosfera calma e natural mesmo diante do perigo e descobrimos que não é sobre ler mais, fazer mais, e sim sobre ler melhor, fazer melhor, sobre Amar. ” Sintropia ”.
Os padrões se fortalecem de acordo com a repetição e buscamos abordar a situação sem ficar tensos, porém em alerta, com o espírito apaziguado.
O Mar cria ilusões, das ondas surgem questões, o Surf te mostra a respostas.
A Arte de achar conforto no desconforto.





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Nesse compilado de imagens, a surfista, fotógrafa e também artista Samara Gomes Manhães desliza sobre as ondas da Praia da Pipa localizada no Rio Grande do Norte . Um Longboard feito a mão por João Lucas Medina de Lima, Shaper/Designer da Jaum Surf Boards, e também cliques incríveis de Anna Verônica Fernandes, ajudam a construir um cenário de filme em cooperação com a Majestosa Mãe Natureza.

Interview
Em sua opinião, quais são os benefícios de estar próximo ao mar e como isso se reflete em sua vida?
Eu vivi a vida inteira passando períodos longos completamente distante do mar. Estar no mar, é estar o mais próxima que eu sei estar de mim. Quando eu estou no mar, eu preciso estar 100% presente ali, naquele lugar, comigo. Estar próxima do mar, é saber que eu posso ter esse momento quando eu precisar, e é só ir.
Qual o seu maior medo?
Engravidar com 15 anos.
Um recadinho para os ignorantes. Pra você, porque é tão importante ter mulheres ativas no cenário do Surf?
Ter mulheres no cenário do surf atualmente, é ter nossas perspectivas e histórias contadas através de nós. Dos nossos olhares, vivências e realidades. Integração.
Aonde você encontra sua felicidade?
Nos meus antidepressivos kakakak brincadeira. No mar com certeza eu encontrei a felicidade mais completa, através de amigos, família, uma profissão, um esporte e até meu companheiro rsrsrs. E em casa, com o meu filhotinho de onça (Moby).
Como surgiu a sua relação com a fotografia?
Meu pai foi fotógrafo, fez curso e tudo, mas nunca embarcou na profissão por, na época, não ter grana para investir em equipamentos, mas fotografar sempre foi uma paixão dele. Cresci fascinada, vendo as fotos que meu pai fazia da gente. Eu era bolsista de Iniciação Científica, quando tive acesso pela primeira vez a uma câmera fotográfica para mirar nas plantas do projeto que eu fazia parte em 2016. Naquele ano, o Brasil viveu uma mobilização estudantil conhecida como a Primavera Secundarista. A escola onde eu estudava foi uma das milhares ocupadas e comecei a usar câmera, celular, tudo que eu tinha pra registrar aquele momento. Rolaram muitos atos, protestos, ações diretas e desde então, surgiu a necessidade de mostrar que aquilo que enxergava não era aquilo que consumia. Até que, no final daquele ano, veio a indicação médica para prática de atividade física para cuidar de uma depressão. Aí eu comecei a surfar e querer fotografar surf.
Dificuldades e desafios encontrados no ramo da Arte, e como superá-los?
Viver da arte …. desafios insuperáveis pra quem não nasceu herdeiro ahahahah cara, sei lá, muita terapia, foco, estar próxima do que mantem minha criatividade viva e meu fôlego artístico aceso. Aceitar as coisas que não posso mudar e coragem pra superar os desafios que me cabem modificar. Tem sido mais ou menos isso.
Deslizar nas ondas do Recreio ou nas ondas da Macumba?
Infelizmente eu sou uma viciada em Macumba, é uma relação insuportável de amor e ódio.
Surfista favorita, e porquê?
Mainei Kinimaka, é uma mina havaiana que tem um senso ancestral de comunidade muito foda. Ela sempre se manifesta contra a anexação do Havaí aos Estados Unidos da América. Além dela também surfar benzão com todo tipo de prancha, desde alaia até longboards, a bicha é brabíssima.
Se você pudesse aconselhar mulheres que estão iniciando no surf, que palinha você diria?
Encontre seu bonde. Se aproxime de mulheres que te inspirem e te incentivem, te ajudem a evoluir e que te ajudem a encontrar seu lugar no mundo do surf.
Supondo que você tivesse o poder de escolher um trabalho, já com um bom retorno financeiro garantido, qual seria?
O nome dessa profissão seria “contadora de histórias” e o meu trabalho seria contar histórias da minha maneira (fotos, livros, filmes…)
Qual foi o maior aprendizado com esses anos surfando?
“Camarão que dorme a onda leva”, Zeca Pagodinho.
Qual a sua comida favorita?
Acarajé.
Qual sua motivação maior?
Ser uma boa irmã pra Sara (minha irmã caçula).
Você tem algum herói da vida real?
Minha vó, ela é uma heroína nacional, Dona Neuza.
Quais são seus artistas preferidos? (escritoras, pintoras, fotógrafas etc)
Beyonce, Bon Iver, Anna Veronica, João Medina, Thallita Flor, Raphael Tognini, Carolina Bridi, Ana Beatriz Mares, Thoreau e outros que eu amava quando era adolescente mas hoje tenho vergonha de admitir publicamente rsrs.
This is the end, beautiful friend